domingo, 4 de abril de 2010

Dia 1 | Um Domingo de Aleluia pra santo nenhum botar defeito

Quixadá vista do alto da Pedra do Cruzeiro


Depois de tantos preparativos e de tanta expectativa, cá estamos! Nathália e Tarcísio, Tarcísio e Nathália embrenhando pelo Ceará, tendo como primeira missão conhecer o Sertão Central, a começar pela terra dos monólitos (e dos ets!!!), Quixadá. (Nota importante: Nós é que somos os extraterrestres que invadem e desconhecem o que nos é tão próximo).

Saímos de Fortaleza às sete da manhã e chegamos aqui por volta das 10h, num susto maravilhado ao ver pela janela do ônibus, após uma bela soneca, os imensos inselbergs que rodeiam a cidade. Hora de procurar hotel. Anda pra lá, anda pra cá, e acabamos recebendo a ajuda da Dona Fátima, senhorinha que conhecemos na rodoviária e que, além de nos indicar um hotel barato e bem localizado (Hotel Quinzinho), ainda me ajudou (Nath) a carregar minha nada leve mala de 15 dias.

Primeira Missão: Pedra do Cruzeiro
No centro da cidade existe um grande monólito chamado Pedra do Cruzeiro, onde turistas e quixadaenses costumam fazer escalada. E foi lá que consegui meu primeiro arranhão na perna. Tanta pedra arredondada e eu escorreguei numa escada ¬¬. Pensei que minha chinela do Seu Expedito me deixava de corpo fechado que nem o de Lampião. Ledo engano. O fato é que chegamos ao topo, na enorme cruz de concreto que dá o nome à pedra, e vivemos mais um momento único a observar a cidade lá do alto, sentindo o vento um pouco mais forte e o sol tinindo com todo gás. Ainda com direito a telefonemas pra fazer inveja e compartilhar a alegria ^^.


Demos uma volta pela cidade no sol quente mesmo, pedindo informação, conversando com as pessoas daqui, por sinal encantadoras na sua simpatia e prestatividade. O Tarcísio almoçou goiabinha (absurdo, eu sei), e eu preferi me deliciar com um arroz com farofa de pão de milho e uma carne de carneiro que estava deliciosa (R$ 4,00).

Subindo a Pedra do Cruzeiro


 No topo da pedra, colocamos a câmera em cima dessa estrutura de ferro aí!



Segunda Missão: Santuário
A gente nem estava tão certo assim de ir. Estávamos achando caro demais. Os mototaxistas cobram R$ 15,00 (só a ida!) para levar uma pessoa ao Santuário Nossa Senhora Imaculada Rainha do Sertão, que fica no Morro do Urucu, a 12km de Quixadá. Mas acabou que o destino nos levou até lá com um trio muito doido de Fortaleza: Gleyson, Júnior e Paulista, topiqueiros que estavam de flozô na rodoviária porque só tinham permissão de rodar pelo trecho Fortaleza-Pajuçara e o Detran estava de ronda pela região de Quixadá. Foram eles que nos levaram por apenas R$ 30,00 para o santuário no alto do morro, e o que estava a princípio um pouco tenso começou a virar uma grande diversão. Paulista, filho de baiano, criado em SP e residente no Ceará, era nosso guia turístico, explicando tudo sobre Quixadá, e ainda, sobre outras cidades do Ceará e do Brasil. Júnior estava achando tudo uma grande aventura e Gleyson era nosso motorista recém-habilitado de 3 meses de carteira! Nenhum conhecia o santuário. E a experiência foi especial para todos. Digo já por quê.

Na subida, imagens contando a crucificação de Cristo e uma bela paisagem por vezes parecida com
 o Condado (ver Senhor dos Anéis). Demorou, pois Gleyson, nosso motorista, nunca tinha subido uma serra e ficou naquela confusão de passa primeira, passa a segunda. Confesso que ninguém estava com grandes expectativas. O que fez maior ainda a nossa surpresa. Um santuário realmente abençoado por todos os deuses que esse mundo possa ter. Vista incrível. Eu olhava para o Tarcísio e dizia eufórica: "Isso é Ceará!". Isso é Ceará, minha gente. Ao entrarmos na Igreja, veio aquela sensação de paz, e de repente começa a soar uma música relaxante, "divina" digamos assim, e nos aproximamos do altar como que por magnetismo e foi inevitável não ajoelhar para agradecer por tanta beleza. Depois deixamos nosso pedido para Nossa Senhora e fomos apreciar a vista. Que presente recebemos! Sob uma leve neblina, eis que surge um imenso arco-íris, completo, de ponta a ponta, nítido, brilhando, com um arco duplo, numa paisagem deslumbrante. Eu ainda não acredito que vi um arco-íris completo, juro. Foi uma das coisas mais lindas da minha vida. Depois disso, resolvemos ir à gruta que ficava no topo do morro, mas já era fim de tarde. Dos cinco, só o Tarcísio foi o corajoso-mor que subiu num canto que eu nunca na minha vida vou ter coragem. O resto amarelou e ficou só vendo o magrelo doido se pendurando nas pedras e tirando foto de uma paisagem maravilhosa que só vi por foto. E eu gritava: "Desce, Tarcísio!". O importante é que sobrevivemos ainda para jantar na pracinha!

Nosso trio maravilha

Igreja no alto do Morro Urucu

O arco-íris completinho não cabia no nosso campo de visão!

 O louco do Tarcísio subiu nessa escadinha aí pra ver a gruta

Maravilha de Por-do-sol no Sertão Central

Na pracinha de Quixadá

Amanhã, Quixeramobim. Aguardem!

2 comentários:

  1. Adorei o texto pessoal (Nathália), senti um pouco das emoções das aventuras de vocês, de fato o Brasil é um país continental e o nosso Ceará muito maior que muitos países pelo mundo, o que jamais nos faria duvidar das dimensões das riquezas do nosso estado e, diga-se de passagem, tão pouco priorizado. Vocês estão de parabéns pela iniciativa, vai ser o máximo desbravar o Ceará dessa forma, a riqueza da cultura, da geografia e o contato com as pessoas, tudo muito especial! Sucesso e aguardarei ansioso pelos próximos capítulos hehehehhe!!!

    Dica: O açude do Cedro, o mais antigo do Brasil, construído por D. Pedro II, é tombado como patrimônio histórico da humanidade. Além da parede do açude feita artesanalmente pelos escravos, no local pode ser apreciado, a pedra da Galinha Choca que tem o formato parecido com a ave.

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  2. Perfeitooo.. fiquei com agua na boca ... um dia te faco meu guia tarci... amooooo traga mtas fotosss...saudadesss

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