quarta-feira, 7 de abril de 2010

Dia 3 | O sertão de Senador Pompeu

 Eita sertãozão quente!

Na quarta-feira saímos da simpática Pousada Antônio Conselheiro, em Quixeramobim, e partimos para Senador Pompeu, ali do lado, na expectativa de conhecer o famoso Vale das Almas. Pelo que me lembre, tinha ouvido maravilhas dessa cidade, mas ainda na rodoviária de Quixeramobim conhecemos a Dona Nilda (ver postagem anterior), que falou da violência que tomava conta de lá, com muitos jovens envolvidos com drogas.

 Almoço no centro de Senador Pompeu: Ló, eu achei salada!

Chegamos meio cabreiros, e confesso que a cidade não nos pareceu acolhedora. Na verdade, achei Senador Pompeu meio esquisitona. A praça principal é pouco movimentada, e um trilho passa bem no meio da cidade. Ficamos na Pousada Senador (R$ 35,00), que era joinha. Ficava de frente para o longo trilho, e de longe, bem de longe, a gente conseguia ver um prédio amarelinho, a antiga sede da Refesa. Lembrei demais dos meus vizinhos de anos e meus avós postiços, Dona Toinha e Seu Manel Pinheiro, que me contaram os amores e desamores que tiveram por lá... bati muitas fotos pra mostrar pra eles!

Trilho de Senador Pompeu e láaaa no finzinho, a antiga sede da Refesa

Conhecemos dois motoqueiros gente fina, Corujito e Pedro Neto. Foram eles que nos levaram ao açude do Patu por R$ 4,00 cada, um valor muitíssimo barato para a distância e para o caminho difícil que se faz pra chegar até lá. A propósito, que caminho! Senador Pompeu me marcou muito. Lá eu vi e senti o cheiro do sertãozão. Na trilha para o vale onde fica o açude, passamos pela mata sertaneja, que estava verdinha da chuva. Vimos os jumentos correndo soltos. Um silêncio de rachar. Aquela coisa parada. O som dos pássaros. Foi uma sensação maravilhosa. E eu toda cocota na moto do Pedro Neto, levando vento e me descabelando despreocupadamente.

Na estrada para o vale

Paramos no Cemitério das Almas. Na grande seca de 1932, milhares morreram na região do vale de fome e cólera, e os corpos foram enterrados desordenadamente num pequeno terreno. Milhares de romeiros fazem a Caminhada das Almas no mês de novembro, saindo do Centro de Senador até o cemitério improvisado a pagar promessas e rezar pelos mortos. O cemitério tem um pequeno altar cheio de estátuas de santos e alguns itens inusitados, tais como "um saco de pães" e "uma caixa de remédio". Alguém me disse que as pessoas sensitivas se "arrupiam" por lá...

Uma das estátuas do altar no cemitério das almas

Olha o comprimido ali do lado

Um saco de... pão???

Corujito, Nathália, Pedro Neto e Tarcísio no Cemitério das Almas

Ainda no caminho, casarões abandonados e resquícios de um período de escravidão. De fato, vi mais gente mulata em Senador do que nas outras cidades por onde passamos. Um caminho bem interessante. Passamos pelo famoso Véu da Noiva, uma "cascata" que faz um formato de véu. É bonita, mas acabamos nem indo lá, pois estava meio seco pra tomar banho. E o Tarcísio, ao que parece, queria ir bolando pelas pedras pra lá. Todo dia ele inventa um jeito de arriscar a vida. Bem, a gente aproveitou mesmo foi o açude Patu, que é lindo lindo lindo.

 Eis o açude Patu!

Muito serelepe no açude Patu


O outro serelepe


Sombras

 
Casebre de taipa no caminho do vale

De noite, achei a cidade escura. Esquisita mesmo. Nada de mais pra fazer. Comemos um pastel de 0,70 centavos enoooorme. E depois, cama!


8 comentários:

  1. toda poderosa no açude hehehe

    beijos,
    kataoka

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  2. taí. tinha nem perigo deu andar de moto no meio do nada com um caba chamado Corujito.

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  3. Tarcisio, teu celular tá comigo desde quinta-feira! Mas eu só achei hj dentro do carro! ;P

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  4. 100% apoiado kenzo hehehehehehehhe
    vcs são uns doidos danados de bons!
    beijo e grandes aventuras nesse sertão veredas.

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  5. Nathália,
    tô adorando tua vida de cachorra baleia.
    bjo!

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  6. Cachorra baleia, muito boa hehehehhehehhehehhe
    cuidado q no final ela virou churrasquim.....rs

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